só e imóvel a velar, encardido pelo sol e pelo tempo, testemunho de prantos, lamentações e orações.

domingo, 23 de agosto de 2009

felicidade


portinari


tem uma musica antiga que diz ," felicidade não existe o que existe na vida são momentos felizes", e é verdade a pessoa quando é criança diz: - quando eu for adulto eu vou ser feliz, não vou dormir cedo, não vou pra escola, vou vou pra festas até de manhã, as meninas, vou usar roupas iguais da minha mãe, usar salto alto, e quando fica adulto, correndo atrás da sobrevivencia, ou saudade do meu tempo de criança.
as pessoas nunca estão satisfeitos com o que tem, quem quer ter um pouco de felicidade, tem que se contentar com os momentos da vida não é como o final de um conto de fadas " e eles viveram felizes para sempre ", a vida real é cheia de contratempos, as coisas muitas vezes não sai como o planejado, por isso enquanto der certo aproveite, curta os momentos felizes, não jogue todo seu esforço numa felicidade futura, pois ela pode não está lá, viva o agora os os pequenos prazeres, ou então veja a vida com olhos mais otimista.

sábado, 22 de agosto de 2009

fenix



pega o lapis rabisca,
tenta fazer poesia,
desenha um coração,
amassa o papel,
desanimo,
monotonia,
tédio.

lá fora um passaro canta,
olha pra janela,
desperta,
sol, vida
renascer
nada mais lindo que o renascer
sai das cinzas
bate o pó
eis de novo , viva
radiante.

joão granjeiro

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

impassivel diante do dragão





Quanto tempo nos conhecemos?
Sei lá...
Eu vinha, você ia... Foi um encontro comum, casual.
Milhares já se encontraram assim.
Depois eu comecei a sentir algo,
Talvez uma saudade sem razão...
Sei lá...
Não era tristeza, não era alegria,
Era uma indecisão de amar você.
E eu passava momentos, olhando pra frente,
Desligado, sem ver nada.
Gozado, olhava e não via,
Estava absorto, parado, consumido por mim,
_ Uma verdadeira estátua em introspecção _
Estava “encucado”,
“Encucado” com uma ausência que era presença.
De repente, a interrogação indecisa foi evaporando.
E eu vi em mim que era amor.
Você estava enquadrado no que eu queria:
Desde o sorriso até as lágrimas.
Você era o “SIM” diante do altar,
Você era a mão certa na escalada incerta, você era o horizonte nítido... O agasalho...
Mas eu cometi um erro:
Não perguntei se eu também era
Tudo isso pra você.

E a verdade é que não era
Eu não estava enquadrado no que você queria,
Eu era o “Não”,
Não era o sorriso, não era o agasalho, não era nada...
Era um ser andante maravilhosamente invisível para você.
De repente, a exclamação veio em “closed”.
E eu fiquei afirmando os seus defeitos,
Fiquei procurando tudo que você fazia de errado,
E você não fazia...
Fiquei torcendo pra você me decepcionar.
Afundei-me como arqueólogo nas ruínas da sua imagem adorada
E você permaneceu intacto,
Eu quis desmanchar a ilusão,
Quis vomitar um amor que me assentava bem,
E eu torci pra você me decepcionar,
Eu queria tanto sentir raiva de você,
Ódio...
No entanto, você se manteve a mesma,
Impassível diante do dragão, no qual me transformei.
Então, me decepcionei comigo,
Porque não compensei o que queria com o que sentia,
E numa noite, não muito longe,
Resolvi selar a carta da despedida:
Fechei os olhos,
As lágrimas pingaram uma a uma
E eu adormeci, sonhando o sonho da aceitação.

neimar de barros

terça-feira, 11 de agosto de 2009

sonho de bêbê


Sonho de bêbê

Aquele anjinho brincalhão pulando de nuvem em nuvem,
Olha aquela gordinha poim !pulei !
Agora vou mergulhar ! thibungo !
Vou nadar naquela que parece um rio! Chap ! chap!
Vou encher minhas mãos de algodão e soprar ! fuuuuuuuu !

Gabrieeeeeel ! gabrieeeeeeel ! é a mãezinha chamando !
Já vou mãe ! e poim ! thibungo ! chap ! chap ! fuuuuuuuuuu !

Veeem logo ! ela grita !

Já vou ! e bate as asas rapidinho

E some pra perto da mãezinha do céu !

joão granjeiro
me arrisco a fazer nosso 1º poema, é uma coisa aparentemente infantil, mas representa um estado de espirito em determinada fase da vida.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

mulheres presas



80% das mulheres presas em São Paulo entraram no crime por amor.

Não raro, a alma feminina é aprisionada pela paixão de um homem. E é para protegê-lo e ajudá-lo que 80% das mulheres que vivem atrás de grades em São Paulo cometem crimes em nome de um amor bandido. Depois, amargam a solidão. A maioria é abandonada pelo companheiro. Àquelas que querem apagar a experiência de viver como bicho em jaula, resta o amor dos filhos, talvez da família. E o sonho de encontrar um emprego ao sair da cadeia, recomeçando a vida com um pouco de dignidade. A advogada Lúcia Maria Casali de Oliveira, de 62 anos, diretora executiva da Fundação Professor Dr Manoel Pedro Pimentel de Amparo ao Preso (Funap), acrescenta que, desses 80% das mulheres que ingressaram na vida criminosa para ajudar seus companheiros, a maioria está presa por envolvimento com drogas.
( do e-flog cosmeticos )

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

acorrentados

Quem coleciona selos para o filho do amigo;
quem acorda de madrugada e estremece no desgosto de si mesmo ao lembrar que há muitos anos feriu a quem amava;
quem chora no cinema ao ver o reencontro de pai e filho;
quem segura sem temor uma lagartixa e lhe faz com os dedos uma carícia;
quem se detém no caminho para ver melhor a flor silvestre;
quem se ri das próprias rugas;
quem decide aplicar-se ao estudo de uma língua morta depois de um fracasso sentimental;
quem procura na cidade os traços da cidade que passou;
quem se deixa tocar pelo símbolo da porta fechada;
quem costura roupa para os lázaros;
quem envia bonecas às filhas dos lázaros;quem diz a uma visita pouco familiar: Meu pai só gostava desta cadeira;
quem manda livros aos presidiários;quem se comove ao ver passar de cabeça branca aquele ou aquela, mestre ou mestra, que foi a fera do colégio;
quem escolhe na venda verdura fresca para o canário;
quem se lembra todos os dias do amigo morto;
quem jamais negligencia os ritos da amizade;
quem guarda, se lhe deram de presente, o isqueiro que não mais funciona;
quem, não tendo o hábito de beber, liga o telefone internacional no segundo uísque a fim de conversar com amigo ou amiga;
quem coleciona pedras, garrafas e galhos ressequidos;
quem passa mais de dez minutos a fazer mágicas para as crianças;
quem guarda as cartas do noivado com uma fita;
quem sabe construir uma boa fogueira;
quem entra em delicado transe diante dos velhos troncos, dos musgos e dos liquens;
quem procura decifrar no desenho da madeira o hieróglifo da existência;
quem não se acanha de achar o pôr-do-sol uma perfeição;quem se desata em sorriso à visão de uma cascata;quem leva a sério os transatlânticos que passam;
quem visita sozinho os lugares onde já foi feliz ou infeliz;
quem de repente liberta os pássaros do viveiro;
quem sente pena da pessoa amada e não sabe explicar o motivo;
quem julga adivinhar o pensamento do cavalo;todos eles são presidiários da ternura e andarão por toda a parte acorrentados, atados aos pequenos amores da armadilha terrestre.

Paulo Mendes Campos, cronista mineiro falecido em 1991 aos 69 anos de idade