mudar doi logo e passa , não mudar, doi depois, mais muito lá na frente .
só e imóvel a velar, encardido pelo sol e pelo tempo, testemunho de prantos, lamentações e orações.
domingo, 19 de setembro de 2010
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
a complicada arte de ver
Ver é muito complicado. Isso é estranho porque os olhos, de todos os órgãos dos sentidos, são os de mais fácil compreensão científica. A sua física é idêntica à física óptica de uma máquina fotográfica: o objeto do lado de fora aparece refletido do lado de dentro. Mas existe algo na visão que não pertence à física.
William Blake sabia disso e afirmou: "A árvore que o sábio vê não é a mesma árvore que o tolo vê". Sei disso por experiência própria. Quando vejo os ipês floridos, sinto-me como Moisés diante da sarça ardente: ali está uma epifania do sagrado. Mas uma mulher que vivia perto da minha casa decretou a morte de um ipê que florescia à frente de sua casa porque ele sujava o chão, dava muito trabalho para a sua vassoura. Seus olhos não viam a beleza. Só viam o lixo.
William Blake sabia disso e afirmou: "A árvore que o sábio vê não é a mesma árvore que o tolo vê". Sei disso por experiência própria. Quando vejo os ipês floridos, sinto-me como Moisés diante da sarça ardente: ali está uma epifania do sagrado. Mas uma mulher que vivia perto da minha casa decretou a morte de um ipê que florescia à frente de sua casa porque ele sujava o chão, dava muito trabalho para a sua vassoura. Seus olhos não viam a beleza. Só viam o lixo.
Os olhos que moram na caixa de ferramentas são os olhos dos adultos. Os olhos que moram na caixa dos brinquedos, das crianças. Para ter olhos brincalhões, é preciso ter as crianças por nossas mestras. Alberto Caeiro disse haver aprendido a arte de ver com um menininho, Jesus Cristo fugido do céu, tornado outra vez criança, eternamente: "A mim, ensinou-me tudo. Ensinou-me a olhar para as coisas. Aponta-me todas as coisas que há nas flores. Mostra-me como as pedras são engraçadas quando a gente as têm na mão e olha devagar para elas".
Adélia Prado disse: "Deus de vez em quando me tira a poesia. Olho para uma pedra e vejo uma pedra". Drummond viu uma pedra e não viu uma pedra. A pedra que ele viu virou poema.
Adélia Prado disse: "Deus de vez em quando me tira a poesia. Olho para uma pedra e vejo uma pedra". Drummond viu uma pedra e não viu uma pedra. A pedra que ele viu virou poema.
trecho do artigo de Rubens Alves (folha online )
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
palavras do anjo
Quando algo não está bem resolvido n'alma
não há o que cobrar ou quem culpar.
Não há por que paralisar algo ou se empedrar.
Uns dias você irá acordar de manhã com as
luzes e emoções do último arrebol latejando
em seu magoado peito.
Outras vezes a madrugada será profunda,
sem o brilho dos astros, só o manto da
poluição combinando com o teu coração escondendo o celeste azul marinho.
Mas chegará o dia em que a neblina em teu
espírito passará, e a luz da manhã
arrebentará em fachos paixão pelo novo,
pela vida, pelo outro todo do seu mundo.
Será o anjo matutino a soprar em seu ouvido:
"Levante-se, você tem muito para viver,
deixe o sorriso renascer, carpe diem"!
elisa maria gasparini torres
não há o que cobrar ou quem culpar.
Não há por que paralisar algo ou se empedrar.
Uns dias você irá acordar de manhã com as
em seu magoado peito.
Outras vezes a madrugada será profunda,
Mas chegará o dia em que a neblina em teu
espírito passará, e a luz da manhã
pela vida, pelo outro todo do seu mundo.
Será o anjo matutino a soprar em seu ouvido:
"Levante-se, você tem muito para viver,
deixe o sorriso renascer, carpe diem"!
elisa maria gasparini torres
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