só e imóvel a velar, encardido pelo sol e pelo tempo, testemunho de prantos, lamentações e orações.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

castro alves

A um coração



Ai! Pobre coração! Assim vazio
E frio
Sem guardar a lembrança de um amor!
Nada em teus seio os dias hão deixado!...
É fado?
Nem relíquias de um sonho encantador?


Não frio coração! É que na terra
Ninguém te abriu... Nada teu seio encerra!
O vácuo apenas queres tu conter!
Não te faltam suspiros delirantes,
nem lágrimas de afeto verdadeiro...
É que nem mesmo — o oceano inteiro —
Poderia te encher!...



castro alves 






 nota do anjo:
não sei se é impressão minha, quanto mais chegamos ao final do ano as emoções
das pessoas vão ficando a flor da pele.

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